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Escola de Enfermagem da Paz

Sete fatos importantes sobre a pressão alta

As consequências da hipertensão não controlada podem ser graves. De acordo com estatísticas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil, com 350 mil óbitos todos os anos. Devidamente controlada, a hipertensão poderia evitar 63 mil mortes anuais por derrame e 57,5 mil por infarto. Ainda segundo dados da entidade, mais de 32 milhões de brasileiros não controlam a hipertensão e, por esse motivo, podem morrer cedo.

Eis sete fatos que você deve conhecer:

1. Como a hipertensão prejudica o organismo?
Sob excesso de pressão, o sangue que corre nos vasos sanguíneos pode enfraquecer suas paredes, provocar protuberâncias e rupturas, e prejudicar os órgãos delicados que recebem o fluxo. É por isso que a hipertensão está relacionada a acidentes vasculares cerebrais, infartos, aneurismas, danos aos olhos e aos rins e muito mais. Ela também força o coração a trabalhar mais e contribui para a insuficiência cardíaca.

2. O que provoca a pressão alta?
Em 95% dos casos, não há causa direta. Mas a obesidade, a falta de exercícios, o consumo elevado de sal e álcool, o estresse e o histórico familiar são fatores de risco. Além disso, conforme envelhecemos os vasos sanguíneos enrijecem, o que faz aumentar a pressão.

Em cerca de 5% dos casos, a pressão alta é causada por outra doença ou por medicamento. Doenças da tiroide, rins policísticos, problemas das suprarrenais ou outras doenças raras podem provocar hipertensão. Entre os medicamentos e suplementos que elevam a pressão, estão os contraceptivos orais, medicamentos para resfriados e enxaquecas, analgésicos anti-inflamatórios não esteroides e ervas como o hipérico ou erva-de-são-joão.

3. O que significam os dois números?
A pressão sistólica é a força exercida contra paredes do vaso sanguíneo quando o coração bate e obriga o sangue a correr. A pressão diastólica é a força exercida sobre os vasos quando o coração relaxa entre os batimentos. Considera-se pressão arterial ótima aquela igual a 12 por 8 ou menor. Quando a pressão sobe além de 14 por 9, há hipertensão. “Todos deveriam conhecer sua pressão, sobretudo quem tem histórico de pressão alta na família”, diz o cardiologia Celso Amodeo, coordenador da campanha “Eu Sou 12 por 8”, da SBC e membro do corpo clínico do Hospital do Coração, em São Paulo.

4. Com que frequência devemos medir a pressão?
Segundo recomendação do Dr. Ivan Cordovil, coordenador do Serviço de Hipertensão do Instituto Nacional de Cardiologia, se a pessoa tiver uma pressão normal, deve aferi-la pelo menos duas  vezes por ano. Se tiver uma pressão limítrofe, como 13 por 8, por exemplo, a aferição deve ser mais frequente, de dois em dois meses. Mas, se tiver pressão acima de 14 por 9, a medição deve ser mensal. No entanto, a maioria dos pacientes só descobre a hipertensão quando consulta o médico por outras razões. “Por isso é tão importante fazer check-ups gerais”, esclarece o cardiologista. “Em 90% dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas. Portanto, o indivíduo não deve esperar que eles surjam para achar que é hipertenso.”

5. Quantas leituras devemos fazer?
As diretrizes recomendam aos médicos que deixem os pacientes sentados e imóveis na primeira leitura e depois façam mais uma ou duas, com um a dois minutos de intervalo, para tirar uma média, principalmente quando o valor for elevado. Caso a hipertensão esteja na faixa leve a moderada, deve-se marcar outra consulta para medir de novo.

Cerca de 20% das pessoas apresentam leituras muito altas quando medem a pressão no consultório e leituras normais em casa. É a chamada “hipertensão do jaleco branco”. Por outro lado, uns 10% têm medição normal no consultório, mas são realmente hipertensos em casa. É a chamada “hipertensão oculta” ou “mascarada”, que pode passar anos despercebida.

O editor holandês Paul Robert tinha apenas 19 anos quando descobriu que sofria de hipertensão do jaleco branco. O médico que media sua pressão se espantou ao ver um rapaz tão jovem com pressão bem acima de 14. Dez minutos depois, a pressão foi medida outra vez e estava normal. “Acontece toda vez que medem minha pressão”, diz Paul, hoje com 59 anos. Mas, aos 40, ele apresentou hipertensão de verdade, como acontece com a maioria dos que têm hipertensão do jaleco branco. Com o auxílio do médico, ele controla bem a pressão com uma combinação de medicamentos. Mas a primeira leitura ainda é sempre alta demais.

6. Que mudanças de estilo de vida fazem diferença?
Cinco comportamentos principais podem ter grande impacto sobre a pressão:
– exercitar-se quatro ou cinco vezes por semana;
– reduzir o consumo de álcool a menos de duas doses por dia para homens e uma para mulheres;
– reduzir o consumo de sal (principalmente em alimentos industrializados); e
– manter o peso saudável e aumentar a ingestão de frutas, legumes e verduras.

Parar de fumar e controlar o estresse também são essenciais. Estudos recentes indicam também que reduzir a ingestão de açúcar melhora a pressão.

7. Quando é tarde demais para mudar o estilo de vida?
Nunca. Há dois anos, a psicopedagoga Simone Mesquita, de 42 anos, do Rio de Janeiro, adotou várias mudanças após passar mal no trabalho. “Quando mediram minha pressão, estava 16 por 13”, recorda. Em outubro do ano passado, entrou para os Vigilantes do Peso e reduziu o consumo de biscoitos, pães, massas e produtos industrializados. Em vez de sal, resolveu usar outros condimentos. Passou a comer ainda mais frutas, legumes e verduras. Também passou a se exercitar mais, com caminhada (duas ou três vezes por semana) e pilates. Além de perder 11 kg, seu humor e energia melhoraram muito. O maior bônus foi que a pressão alta, que a obrigava a tomar remédios duas vezes ao dia, estacionou em 13 por 8. Atualmente, só toma remédio na parte da manhã. “Da última vez que fui ao médico, ele ficou abismado. Avisou que, se eu mantiver esse estilo de vida, em pouco tempo ele suspenderá a medicação”, diz ela.

A menos que haja uma grande mudança do estilo de vida, será preciso tomar remédios pelo resto da vida. Isso pode ser difícil, reconhecem especialistas como o cardiologista Celso Amodeo. “Em geral, os pacientes ficam desanimados e, por vezes, até resistentes quando têm de tomar anti-hipertensivos diários a vida inteira. Mas há aqueles que, ao contrário, adoram tomar remédio e chegam a ficar bravos quando o médico não prescreve nenhum. Por isso, é importante ter contato regular com o médico e ser sempre motivado pelos profissionais de saúde.”

“Tivemos avanços no controle da pressão alta, mas ainda temos muito a melhorar”, diz o Dr. Celso Amodeo. “Com pacientes mais motivados e bem informados, podemos reduzir muitíssimo as mortes e as doenças crônicas.”

Matéria escrita por Celimar de Oliveira extraída do Blog Seleções da Revista Seleções.

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