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Escola de Enfermagem da Paz

Quais os principais cuidados de enfermagem com autistas?

O resgate da autonomia e a integração social de pessoas com autismo é um trabalho muito importante, que envolve diversas áreas da saúde, e os profissionais de enfermagem cumprem um papel fundamental nesse processo. Segundo dados de 2021, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge 2 milhões de brasileiros, e seus portadores podem sofrer muito no seu cotidiano por terem dificuldades psicomotoras, de comunicação e de interação com o mundo. Assim, é necessário entender quais cuidados de enfermagem com autistas são aplicáveis e como essa área pode contribuir com a atenção coletiva a esse quadro.

O mês de abril é uma ótima oportunidade para se aprofundar nesse assunto, uma vez que é quando as áreas da saúde se juntam para falar sobre a campanha “Abril Azul”, sob objetivo de gerar conscientização sobre as pessoas que se enquadram no TEA. Pensando nisso, elaboramos este artigo que vai ajudar você, cuidadores e técnicos em enfermagem, a compreender melhor esse transtorno, a nobreza do cuidado com esses pacientes e como poderá trabalhar para melhorar a qualidade de vida deles. Confira!

Como o autismo se manifesta nas pessoas?

Ainda que cada paciente expresse o transtorno de maneira distinta, é possível observar dois perfis entre as pessoas com autismo. Compreender em qual perfil seu paciente se encaixa será fundamental para criar as estratégias de cuidado.

O primeiro perfil é o de autistas com comunicação verbal mínima ou ausente e quadro grave de atraso cognitivo. Pode parecer mais desafiador aplicar os cuidados de enfermagem com autistas que se encaixam nesse perfil, mas estimular o respeito aos seus limites por parte dos familiares e autoridades com quem eles têm que lidar — seja na escola ou no ambiente de trabalho — e incentivar progressos de interação e comunicação de qualquer nível são elementos que já fazem muita diferença na vida do paciente.

O segundo perfil de autismo é o de pessoas que expressam a condição de maneira mais amena e inclui aqueles que conseguem se comunicar e demonstram uma inteligência normal, mas apresentam problemas em interpretar coisas implícitas na comunicação e podem ter alguma restrição a contato físico e conexão emocional.

Para ambos os casos, o profissional precisa ter em mente os preceitos da teoria de autocuidado elaborada por Dorothea Orem — enfermeira e pesquisadora. Publicou artigos entre 1971 e 1980 demonstrando como a identificação dos limites da pessoa com autismo precisa ser seguida de uma valorização das suas potências, estimulando os aspectos positivos da sua forma de ser e viver no mundo rumo a um aumento da autonomia e da possibilidade de praticar autocuidado.

A seguir, você vai poder conferir as principais práticas guiadas por esse princípio. Acompanhe!

Como aplicar os cuidados de enfermagem com autistas?

Integração e apoio

Como mencionamos acima, o profissional de enfermagem pode cumprir um papel fundamental na superação de limites e integração social da pessoa com autismo. Para cumprir isso, é necessário ficar atento aos lugares em que o paciente tem mais dificuldade e trabalhar junto a profissionais de outras áreas para fomentar que a pessoa desenvolva estratégias para contornar esses limites e desfrutar de relações sociais sólidas.

Técnico em Enfermagem

É necessário acompanhamento constante e apoio às diversas situações com que a pessoa vai se defrontar na sociedade e que podem gerar medo ou vergonha por conta da forma como o autismo é encarado pelo mundo. Você poderá ajudar o paciente estando ao seu lado em situações com desafios motores que ele não tem muita confiança para enfrentar sozinho e incentivando-o a testar coisas novas à medida que se sentir confortável.

Em casos nos quais há limitações mais elevadas na comunicação oral, o profissional de enfermagem deve ficar atento aos diversos sinais físicos e emocionais que dão sentido ao que o paciente deseja ou necessita naquele momento, e agir de acordo com isso. Além disso, pode ser valioso dar estímulos para que a pessoa autista utilize outras formas de comunicação com as quais tem mais conforto — oferecer ferramentas para o desenho, por exemplo, é uma opção que deve ser considerada.

Musicoterapia, quadrinhos e mímica

O uso de ferramentas lúdicas no cuidado de enfermagem com autistas pode trazer ótimos resultados, uma vez que exercitam o pensamento abstrato e a expressão individual do paciente. A musicoterapia é vista como uma boa aplicação dessa perspectiva, pois agrega aspectos emocionais e sensoriais que são acessíveis a todos que não têm impedimento às faculdades auditivas.

Já a utilização de quadrinhos e leituras leves ajuda a pessoa autista a compreender situações sociais e as formas saudáveis de se comportar perante diversos cenários do cotidiano. Você também pode usar esse meio para exemplificar como o seu trabalho traz benefícios ao paciente e para quais desafios ele poderá contar com você enquanto ponto de apoio.

Outro instrumento lúdico que demonstra ser bastante proveitoso é o uso de mímicas, pois elas trazem um tom divertido para a interação — o que pode ajudar a superar os receios que o autista sente na hora de pedir algo ou expressar insatisfação com alguma situação. É muito importante que essas tarefas, e outras que podem ser hostis para quem tem maiores dificuldades cognitivas, sejam vistas pelo paciente como superáveis.

Estudo e conscientização

De modo geral, o profissional de enfermagem precisa estar sempre atento aos estudos mais atualizados da área, uma vez que o conhecimento sobre o tratamento do autismo está sempre se renovando e oferecendo novas abordagens promissoras. Uma consequência dessa atenção aos estudos é que você poderá se tornar uma referência no assunto dentro do seu território e oferecer palestras ou eventos sobre isso.

Nesse aspecto, seu objetivo como cuidador deve ser o de conscientizar cada vez mais pessoas sobre como respeitar a dignidade e os direitos das pessoas com autismo. Esse trabalho é muito importante, especialmente em locais como escolas e empresas, para que cada vez mais o mundo esteja preparado para lidar de forma saudável com essa parcela da população.

Como você deve ter percebido, são muitas as ações possíveis para que os cuidados de enfermagem com autistas gerem resultados positivos ao paciente e no seu entorno. Esperamos que esta e outras ações do Abril Azul ajudem você a praticar a enfermagem com essas pessoas de forma atenciosa e respeitosa.

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