RCP em recém-nascido: qual a importância e como realizar?

Logo após o nascimento, o organismo do bebê está bastante sensível. Então, é muito importante saber como atender um recém-nascido em situação de emergência, a fim de evitar consequências graves. É o caso da parada cardiorrespiratória, cujos níveis de óbito podem chegar a 90% fora do ambiente hospitalar.

Por isso, elaboramos este texto para ajudar você a entender como realizar a ressuscitação cardiorrespiratória (RCP) em recém-nascidos, quais os cuidados necessários no processo e como monitorar a criança que estiver necessitando dessa atenção especial.

Como identificar a parada cardiorrespiratória?

Antes de realizar a RCP no recém-nascido, você precisa confirmar se o atendimento é necessário. Isso porque a prática inadequada pode levar a lesões na caixa torácica ou nas vias aéreas da criança.

Para entender se realmente houve parada cardiorrespiratória, é preciso observar cinco sinais da saúde neonatal: força muscular, frequência cardíaca, reflexo, respiração e cor. Veja abaixo como medir cada uma:

• força muscular — perceba se o pequeno está conseguindo manter braços e pernas curvados, ou se os membros estão flácidos e com pouca dinâmica de movimento, caso que demanda atenção;
• frequência cardíaca — se não estiver com, pelo menos, 60 batimentos por minuto, indica que ele pode estar prestes a sofrer uma parada cardiorrespiratória.
• reflexo — pode ser percebido com apertos leves nas extremidades dos membros, e caso não haja uma resposta imediata do corpo, alguma coisa está errada;
• respiração — o melhor sinal é a expansão torácica, que mostra se o pulmão está se movimentando para dentro e para fora em uma frequência saudável;
• cor — caso o pigmento natural do bebê esteja menos intenso do que o normal e a pele apresente palidez ou desbotamento, é necessário prestar socorro imediatamente.

Como fazer RCP em recém-nascidos?

Agora, entramos na parte prática do atendimento. Confira as etapas.

Preparação

Antes de fazer a ressuscitação, observe o ambiente em volta procurando potencial de perigo para a criança. Cachorros, animais selvagens, vazamento de líquidos ou gás e até trânsito de pessoas no geral são elementos dos quais você precisa isolar o bebê. Feito isso, verifique também se há algum sangramento e estanque-o assim que identificá-lo.

Entendimento da urgência

Uma vez que presenciar a parada cardiorrespiratória, é possível chamar o socorro antes de realizar a RCP e, em alguns casos, até esperar os profissionais. Mas pode haver um momento em que você encontre um recém-nascido que necessita desses cuidados, sem ter certeza de quando a parada ocorreu.

Nessa hora, garanta ao menos dois minutos de RCP antes de acionar o socorro, para garantir uma disponibilidade mínima de oxigênio para o pequeno.

Compressão e ventilação

O procedimento envolve ciclos de compressão da caixa torácica e oferta de ar para o organismo do recém-nascido. Para o primeiro, você usará principalmente os seus polegares. No geral, é recomendado que se use apenas um polegar de cada mão e de forma sobreposta, para garantir o direcionamento correto da força.

No entanto, caso o recém-nascido seja um pouco maior e mais pesado, é possível usar dois ou três dedos, sempre cuidando para a localização correta, logo abaixo dos mamilos.

Se estiver sem alguém por perto para ajudar, você precisará fazer todo o ciclo de compressão-ventilação, com 30 compressões de alta qualidade seguidas de duas ventilações.

Havendo duas ou mais pessoas preparadas devidamente para a RCP de um recém-nascido, é preferível separar as funções, para garantir mais disponibilidade de oxigênio ao pequeno. Nesses casos, uma pessoa aplica as compressões de alta qualidade, entre 10 e 15 por ciclo, e outra faz duas ventilações logo depois.

Para prestar o socorro devido, é fundamental que você preste toda a atenção do mundo aos detalhes. Além disso, foque a qualidade do atendimento em vez de tentar acelerá-lo de alguma forma, pois o excesso de força ou de oxigênio trará danos na execução do RCP em recém-nascidos.

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