Uma das essências da enfermagem é o trabalho coletivo. Afinal, não é possível imaginar uma instituição hospitalar que não tenha a presença de profissionais que, em geral, atuam juntos para proporcionar o bem-estar e o acolhimento dos pacientes. Difundida como a “ciência do cuidar”, a enfermagem tem como foco a assistência ao tratamento de doenças e a implementação de planos de cuidado e trata-se de uma atividade baseada na ética e nos bons valores.
Diante da evolução e da popularidade da profissão, atuar em equipes de enfermagem se tornou uma ótima opção para pessoas que se identificam com a área da saúde e buscam por novas oportunidades. No entanto, muitas ainda têm dificuldade em saber diferenciar cada profissão, principalmente no que diz respeito à diferença entre auxiliar e técnico em enfermagem.
Por isso, nesta publicação, vamos explicar um pouco sobre o funcionamento delas e quais são suas respectivas áreas de atuação. Confira!
Enfermeiro
Formação: Graduação — Nível Superior
Trabalha com a organização, a direção, o planejamento, a coordenação, a execução e a avaliação dos serviços de assistência de enfermagem.
Esse profissional é o que prescreve a assistência de enfermagem e trata dos cuidados aos pacientes mais graves com risco de vida e com maior complexidade. Também é válido destacar que a atuação do enfermeiro não é limitada aos órgãos de saúde como hospitais, clínicas e postos de atendimento. Ele também pode trabalhar com atendimento em domicílio ou empresas privadas.
De acordo com o art. 8 da Lei nº 7.498/1986, é função do enfermeiro:
“a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas;
II – como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões;
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem;
g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica;
(…)”
Técnico em Enfermagem
Formação: Técnico — Nível Médio/ Técnico
Esse profissional se envolve na orientação e no acompanhamento do trabalho do enfermeiro. Em grau auxiliar e sob supervisão, ele participa das equipes de enfermagem por meio do planejamento e execução de ações assistenciais. O profissional pode atuar em hospitais, clínicas, ambulatórios, empresas e outros espaços de saúde.
Algumas de suas funções incluem:
- auxiliar o enfermeiro na programação, planejamento, supervisão e orientação das tarefas de Enfermagem;
- prestar assistência direta aos pacientes que estão em estado mais grave;
- atuar no controle e prevenção de patologias transmissíveis em programas do Governo de controle epidemiológico;
- participar de programas e treinamentos para a prevenção de infecção hospitalar;
- atuar diretamente na prevenção de danos físicos durante o manejo e a assistência aos pacientes.
Com a duração de dois anos, divididos em aulas teóricas e práticas, o curso permite que o aluno realize participações em ações com a comunidade e estágio obrigatório. Com este, o indivíduo se torna apto para a vivência da profissão com aulas feitas diretamente em hospitais conveniados sob supervisão de professor enfermeiro em tempo integral.
Onde estudar: Instituições de Ensino Técnico
Auxiliar em Enfermagem
Formação: Auxiliar — Nível Médio
Esse profissional é um dos integrantes das equipes de enfermagem. Ele exerce serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão e participa, em nível de execução simples, de processos de tratamento. Dentre suas funções, deve observar, reconhecer e descrever sintomas e sinais, realizando ações de tratamento simples, cuidados de higiene e conforto ao paciente. Além disso, cabe ao auxiliar de enfermagem:
- fazer a preparação do paciente para exames, tratamentos e consultas;
- reconhecer o nível de gravidade de sintomas e doenças e descrever seus sinais;
- realizar tratamentos aos pacientes que foram prescritos especificamente;
- ministrar medicamentos nos pacientes tanto por via oral quanto por parenteral;
- fazer controle hídrico de pacientes;
- realizar curativos;
- efetuar técnicas de nebulização, enema de calor ou frio, oxigenoterapia etc.;
- participar de programas para o controle epidemiológico;
- aplicar vacinas, bem como sua devida conservação;
- efetuar testes para auxiliar no diagnóstico do médico;
- fazer a coleta de material para exames de laboratório;
- prestar auxílio no pré e no pós-operatório aos pacientes;
- auxiliar os médicos em cirurgias, fazendo a instrumentação cirúrgica se houver necessidade;
- zelar pela segurança, conforto e higiene do paciente, alimentando-o e banhando-o se houver necessidade;
- cuidar para que os materiais e equipamentos do hospital estejam sempre limpos e organizados;
- participar de treinamentos que o capacitem a orientar os pacientes no que diz respeito ao cumprimento adequado das prescrições médicas e de enfermagem;
- prestar auxílio ao Técnico em Enfermagem ou ao Enfermeiro na elaboração de programas que eduquem os pacientes quanto a questões de saúde;
- realizar tarefas que auxiliem na alta dos pacientes;
- efetuar alguns tipos de procedimentos pós-morte.
Onde estudar: por meio da legislação (Decreto N° 2.208/1997), não existe mais a formação para habilitação profissional de auxiliar de enfermagem. Assim sendo, ela passa a integrar o itinerário de profissionalização e habilitação do Técnico em Enfermagem.
Parteiras e Doulas
Ainda que exerçam atividades na mesma área e possam participar das equipes de enfermagem, existem algumas diferenças entre as funções das doulas e das parteiras. Ambas atuam no campo da obstetrícia e prestam assistência e acompanhamento às mulheres em trabalho de parto, pós-parto ou pré-natal. São pessoas habilitadas que oferecem apoio físico e emocional à paciente.
No entanto, há diferenças entre as exigências de ensino para a atuação. O curso de formação de parteiras no Brasil foi extinto (Lei N° 775/1949) quando a profissão foi incorporada aos cursos de enfermagem com especialização em assistência obstétrica, ou seja, essas profissionais devem ter curso superior.
Já o trabalho da doula não é regulamentado como profissão, ainda que o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimulem a atividade. Além do suporte físico e psicológico, elas orientam os pais sobre certos procedimentos considerados desnecessários ou invasivos.
Tanto as parteiras como as doulas têm funções importantes no auxílio à nova mamãe. Algumas pesquisas concluíram que elas podem:
- diminuir em até 40% o uso do fórceps;
- reduzir a incidência de infecção durante o parto;
- abrandar a insegurança da nova mãe, fazendo com que ela tenha maior controle sobre a dor do parto;
- diminuir o risco da depressão pós-parto;
- melhorar o processo de amamentação;
- aumentar a autoestima da mãe;
- diminuir as chances de experiências traumáticas no parto;
- contribuir para que o bebê tenha alta hospitalar mais rapidamente;
- reduzir em até 50% as taxas de cesárea;
- diminuir o tempo de duração do trabalho de parto;
- reduzir a utilização de medicamentos para induzir o parto, como a Ocitocina;
- diminuir a administração de anestesia em partos normais;
- reduzir o tempo de internação da mãe, contribuindo para que os leitos tenham maior rotatividade.
Em quais áreas os profissionais de enfermagem podem trabalhar?
Como comentamos, o mercado para os profissionais de enfermagem é muito vasto e repleto de possibilidades. Quem apresenta interesse de atuar na área, depois de apto, terá diversas oportunidades de escolha sobre em qual setor trabalhar.
Por isso, na sequência, listamos alguns campos de atuação. Acompanhe!
Home Care (ou Assistência Domiciliar)
Como o próprio nome indica, o Home Care possibilita a prestação de assistência na casa do paciente. Nele, médicos e profissionais das equipes de enfermagem (técnicos, auxiliares, fisioterapeutas e outros) garantem a segurança e o tratamento do paciente no conforto do lar. Na maioria dos casos, é indicado quando o paciente ainda precisa de cuidados médicos, mas não depende exclusivamente de um regime de internação hospitalar.
Centros de Saúde
Nos Centros de Saúde, instituições mais próximas das comunidades, os pacientes recebem atenção primária. Isso quer dizer que são realizadas atividades de caráter preventivo, curativo e de reabilitação. Por exemplo: são feitos diagnósticos e tratamentos em níveis diferenciados. Normalmente, essas instituições contam com uma equipe de enfermagem chefiada por um médico.
Instituições de Ensino
Outra área muito frutífera no campo da enfermagem é a acadêmica. Os profissionais da saúde podem atuar na realização de pesquisas científicas ou clínicas. Por meio de análises, podem auxiliar (ou coordenar) o planejamento e a implementação de estudos que ajudem no desenvolvimento dos serviços prestados em hospitais. Da mesma forma, podem trabalhar em escolas e universidades, quando tiverem habilitação pedagógica.
Clínicas e Hospitais
Como se sabe, os serviços de saúde de uma equipe de enfermagem também são prestados em clínicas e hospitais, onde as áreas de atuação são ainda mais abrangentes. Em clínicas e consultórios, as estruturas físicas são menores e elas costumam ser de médicos independentes. Entre os serviços prestados estão exames, diagnósticos e tratamento de doenças.
Já os hospitais têm instalações e setores maiores. Também contam com mais funcionários. Neles, os profissionais da saúde realizam diversas funções como preparação dos pacientes, avaliação de ferimentos, auxílio em interações e na sondagem dos sintomas, entre outros.
Diante de tantas possibilidades, é perceptível como o campo da enfermagem é bastante frutífero e exige capacidade e desenvoltura dos seus profissionais, certo?
Agora que você já sabe a diferença entre auxiliar e técnico em enfermagem, não deixe de compartilhar nossa publicação nas suas redes sociais para que mais pessoas fiquem por dentro desse conhecimento!